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Carnaval 2020 – GRES Feitiço do Rio divulga sinopse do enredo

A Escola de Samba Feitiço do Rio divulgou a sinopse do enredo que 
apresentará no Carnaval 2020: “E agora? Quem poderá nos defender?”.

A sinopse é de autoria de Antonio Gonçalves e Wagner Rodrigues. O 
desenvolvimento do enredo será feito pela Comissão de Carnaval da 
agremiação, formada por Daniel Sobral Barros, Vinícius Carr e Isaac 
Neves.

A Feitiço do Rio desfilará pela Série E, da ACAS, na Intendente 
Magalhães, no dia 29/02/2020.

Confira a sinopse.

GRES FEITIÇO DO RIO – CARNAVAL 2020

Enredo: E agora? Quem poderá nos defender?

Comissão de Carnaval: Daniel Sobral Barros, Vinícius Carr e Isaac Neves

Sinopse: Antonio Gonçalves e Wagner Rodrigues

Acotirene, Zacimba Gaba, Brandina, Anastácia… O que têm em comum? A 
luta por mudanças, o desejo de igualdade, o querer respeito, 
liberdade…! Vidas que, unidas, contam a história de um povo, do nosso 
povo, da nossa gente!

Simoa, Laudelina, Adelina, Carolina, Zeferina, Maria Escolástica, 
Maria Firmina… líderes, humanas, negras… mulheres que nasceram com o 
dom de lutar pelo lugar onde vivem e pelas pessoas com as quais 
convivem… sexo frágil? Não… Jamais! Fortaleza! Parte do nosso povo, 
representantes dos anseios da nossa gente… Heroínas!

Não usavam capas, não tinham superpoderes, não sabiam voar… Não estão 
nos quadrinhos, desenhos animados, jogos virtuais… muitas vezes, não 
estão nem nas tendenciosas páginas dos livros da “história” [e que 
história? Aquela que querem que aprendamos. Será, ela, a verdadeira 
história? Duvida-se], mas existiram, fizeram a sua parte, deram o seu 
suor, o seu sangue, a sua vida, em prol de dias melhores.

Sim, foram – e são – reais! E como o Carnaval é feito de mágica, 
melhor, de “Feitiço”, retornam à vida, juntas, em nosso tempo, para, a 
partir dos tradicionais discursos em caixotes (aqueles das praças 
públicas), guiarem-nos numa nova revolução.

Não é mera rebeldia, é insatisfação, luta, orgulho… protesto… 
manifestação contra o que “as forças ocultas” – que se dizem “cultas” 
– estão fazendo com o nosso País, com o nosso Estado, com a nossa 
Cidade, com o Carnaval… e nos convencer de que não podemos desistir, 
pois somos capazes de nos livrar de todo e qualquer mal!

Um novo Palmares de Aqualtune e de Dandara, um grito por liberdade! A 
união do Mola de Maria Aranha com o Piolho de Tereza de Benguela, por 
igualdade e pela união de brancos excluídos, índios, negros e mestiços 
na luta pelo cumprimento dos nossos direitos… Um novo Quilombo, força, 
resistência! Um grito por basta! Um “já chega” a ressoar como um 
tambor de mina, de Nã Agotimé, bradando pelo fim da intolerância! Um 
clamor por um novo recomeço!

E se necessário, vamos à guerra [nos manifestar] por tempos melhores, 
como fizeram Maria Felipa e Luíza Mahin! Mas vamos instruídos, munidos 
de conhecimento, de sabedoria… empoderados! Vamos com o livro de Rosa 
Egipcíaca, sem medo dos olhos da Inquisição; vamos com a carta de 
Esperança Garcia, buscar a verdadeira justiça; vamos com a denúncia de 
Eva do Bonsucesso, exigir o fim da opressão!

Vamos com os ensinamentos de Maria Odília, por saúde! Com a poesia de 
Auta de Souza, por educação! Com as manchetes do jornal de Antonieta 
de Barros, por liberdade de imprensa! Vamos com as letras dos sambas 
tocados no quintal de Ciata, por cultura! Vamos! Não dá mais para nos 
calarmos! Elas não se calaram! Não querem que nos calemos!

Já nos afastaram dos direitos básicos à educação, saúde, moradia… 
agora, querem nos afastar da cultura, calar nossos pandeiros, 
silenciar o nosso batuque… Mas não conseguirão amordaçar a nossa arte! 
Pintaremos como Tia Lúcia, do Morro da Conceição; jongaremos como Tia 
Maria no alto do Morro da Serrinha…

Não aprisionarão os nossos sonhos! Não deixaremos acabar com o nosso 
Carnaval! Ledo engano, se pensam que conseguirão! O samba até perde 
batalhas, estremece, mas, no final, haverá de vencer a guerra! Aliás, 
somos o povo do Samba de Clementina, Jovelina e Dona Ivone Lara! Somos 
fortes! Somos do samba! Somos aqueles que descem, como Neuma, o Morro 
de Mangueira; que cresceram vendo Dodô erguer o pavilhão azul e branco 
de Madureira; e que, há três anos, numa tarde ensolarada de Maio, num 
Domingo (15), vimos Lúcia batizar a bandeira feiticeira!

Por dias melhores, gritaremos em praça pública, na Intendente 
Magalhães, na Rio Branco, na Central… seremos Marielles, Saraís, 
Lélias…! Seremos a voz do povo, os olhos do povo, a mente do povo. 
Seremos o que sempre fomos, o povo! E percebendo essa força, o nosso 
poder, enxergaremos o que todas essas mulheres quiseram nos mostrar: 
que não precisamos de super-heróis, pois, nós, unidos, podemos nos 
defender! Nós somos a nossa defesa… Nós somos o povo!

(“Todo o poder emana do povo” – Constituição Federal de 05.10.1988)

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