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GRES Unidos de Manguinhos divulga a Sinopse do enredo Carnaval 2020

A Escola de Samba Unidos de Manguinhos divulgou a sinopse do enredo 
que apresentará no carnaval 2020: “AXÉ – EXPRESSÃO DE UMA RAÇA”, de 
autoria e desenvolvimento do carnavalesco Diangelo Fernandes.

Manguinhos desfilará pela Série D, da Liesb, no carnaval 2020, na 
Intendente Magalhães, no domingo de carnaval (23/02/2020).

Confira a sinopse.

GRES Unidos de Manguinhos – Carnaval 2020

Presidente: Carlos Alberto Costa

Carnavalesco: Diangelo Fernandes

“AXÉ – EXPRESSÃO DE UMA RAÇA”

SINOPSE

A manifestação é total, nunca se sentiu coisa igual, nessa festa de 
encantos que a GRES Unidos de Manguinhos vem mostrar, nos autos de 
suas crenças; O enredo que a gente canta é a história que o povo negro 
traz; É o canto que os males espanta com os espíritos de paz. Com 
grande resposta a todo sofrimento e do jeito que a gente gosta, vamos 
cantar e dançar sob a luz do Carnaval, e nos seus 55 anos de 
existência e resistência, a Unidos de Manguinhos sendo urna guardiã da 
cultura e das heranças afro-brasileiras – pede agô a todas as forças 
do céu, da terra e da vida para exaltar o maior fundamento de sua 
existência: “Axé! Expressão de uma raça.”

“Axé”, é “energia”, “poder”, “força” e “fé”… Uma saudação, um 
cumprimento através do qual se desejam, ao próximo, coisas boas, 
vibração e ânimo.

Mesmo fazendo-se uso da escrita, a oralidade não pode ser abandonada, 
uma vez que o axé também é transmitido através da palavra; portanto, 
os ensinamentos nas casas de candomblé e outras religiões 
afro-brasileiras é imprescindível. A palavra “Axé” tem força dinâmica: 
dependendo do momento em que for pronunciada, a palavra pode ter a sua 
força sagrada ampliada.

Mas, o Axé ainda pode significar a própria casa de Candomblé em toda a 
sua plenitude. Daí, uma Yalorixá também ser chamada de Yalaxé 
(Iyálàse), ou seja, “Mãe do Axé” ou a pessoa responsável pelo zelo do 
Axé ou força da casa de Orixá. Axé também pode significar “Vida”. E 
tudo que tem vida tem origem. Chamar a vida é chamar o Axé e as 
origens. “Axé” Força sagrada dos orixás, sobrenatural e místico que se 
revigoram, com as oferendas e sacrifícios ritualísticos…

“Axé” conjunto de pedras, objetos metálicos, quartinhas de barro, 
plantas etc., no peji do candomblé ou nas imediações do barracão do 
terreiro, onde repousa essa força, empregada para sacramentar certas 
frases ditas entre o povo de santo, como por exemplo: Eu digo: – “Eu 
estou muito bem.” Outro responde: -“Axé!” Esse “axé” aí dito 
equivaleria ao “Amém” do Catolicismo (“que Deus permita”). – Os Orixás 
são Axé e Vida.

Buscando nas raízes mais profundas da palavra a simbologia de 
gratidão. Foi em um grande festejo em sua homenagem que Xangô bradou 
em alto e bom som “Axé”. Sob o coro de seus súditos e a liderança de 
Exu onde faziam uma linda dança tribal; Sentido divino da linhagem dos 
mais puros sentimentos, com a importante missão de propagar-se através 
dos tempos sua gratidão através do som da palavra “Axé”…

Axé é tudo, e tudo é axé”. Eis o princípio da vida. Força que emana de 
tudo que tem é vivo. Poder, magia, dom. As mãos que abençoam têm axé. 
A palavra proferida tem axé. Os saberes e sabores do terreiro têm axé. 
Energia que se dá e se recebe, que se ganha e se perde, que se acumula 
e se dissipa. Axé é vida.

Gestos, olhares e palavras que abençoam o transmitem. Saudação para 
quem chega e para quem vai. Gratidão, súplica e desejo. Axé expressa 
alegria, regozijo, prazer. Dos alimentos sagrados, as partes ofertadas 
aos orixás são chamadas de axés. Sinônimo de sabedoria e dignidade, é 
a fonte da autoridade dos mais velhos, poder que se expressa nas 
figuras emblemáticas de pais e mães de santo, na nobreza das casas 
mais tradicionais e antigas.

A palavra se popularizou, virou sinônimo de gênero musical baiano, mas 
bem antes disso estava presente na MPB, nas festas populares e 
carnavais, no cotidiano da gente da Bahia e do Brasil. Contudo, em 
verdade, o axé define a energia essencial que move todos os seres e 
todas as coisas que existem na natureza. No candomblé, é a força que 
realiza, o poder de criar e transformar as coisas. É justamente o que 
dá movimento à vida e, ao ser renovado, permite a permanência, a 
perpetuação de tudo.

Em termos práticos, além de ser a força sagrada de cada orixá, axé 
também designa o conjunto de objetos e materiais indispensáveis ao 
culto, bem como as pedras, árvores, comidas, ferramentas e adereços de 
cada divindade e de seus respectivos assentamentos. Essa força é 
revigorada por meio de rituais, oferendas e sacrifícios. Está no 
sangue, na seiva das folhas, nos pós das sementes e frutos.

Isso prova que a relação entre os terreiros de candomblé e as 
manifestações da cultura popular baiana e afro-brasileira em geral 
(como maracatus e escolas de samba) vem de longa data e sempre 
mantiveram o respeito à religiosidade e à ancestralidade africana. Nem 
afoxés, nem maracatus, nem escolas de samba saem às ruas pra brincar o 
carnaval sem que sejam cumpridas as obrigações com os orixás.

Em qualquer terreiro seja de santo ou de manifestação cultural, o axé 
é o conteúdo mais valioso, tanto que cada local tem um “plantado”, ou 
seja, um conjunto de elementos sagrados em uma coluna central, ainda 
que simbólica, e representa a pedra fundamental, o alicerce e a base 
de tudo.

Desse fundamento emana a força que assegura a existência dinâmica da 
comunidade e a partir dele as possibilidades se concretizam. Uma vez 
plantado, esse axé passa a ser transmitido a tudo e a todos que 
compõem o terreiro. É força que se planta, cultiva e amplia.

Toda forma de transmissão de conhecimento e ensinamentos dos 
terreiros, por mais que se tente negar, marca profundamente a cultura 
e o povo em sua volta. Reside um grande legado de valores e costumes 
preservados, das palavras que modificaram a estrutura de toda 
comunidade.

E no seu terreiro de samba a Unidos de Manguinhos transforma a 
realidade dos seus seguidores, com projetos de cunho sociais, entre 
eles na dança, nas artes plásticas, no esporte e no lazer; Mudando 
assim os hábitos de sua comunidade, com posturas e muito AXÉ!!!

Que rufem os tambores… Com alma, com raça, com vibração, para que seja 
sentida por cada coração a força do nosso AXÉ!

“Muito boa sorte e muito AXÉ”

“AXÉ MANGUINHOS”

Carnavalesco: Diangelo Fernandes

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