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Espetáculo “Ninguém Sabe Meu Nome” chega à Cidades das Artes

O dilema de uma mãe preta em falar sobre o racismo na sociedade com o filho é o ponto de partida da peça “Ninguém Sabe Meu Nome”, que chega à Cidade das Artes, na Barra da Tijuca, nos dias 18, 19 e 20 de novembro, sábado e domingo, às 20h, e segunda-feira, às 19h. A produção, aclamada por público e crítica, tem idealização e interpretação de Ana Carbatti, texto de Mônica Santana e Ana Carbatti, além da direção de Inez Viana e Isabel Cavalcanti.   

O monólogo reflete sobre os códigos racistas tácitos da sociedade, seus impasses, impactos e possíveis propostas de reparo. Em meio a isso, o desafio de uma mãe preta de meia idade, Iara, para educar e orientar seu filho pequeno, Menino, diante de uma sociedade que não o reconhece como igual, mesmo em um país, o Brasil, que tem a maior população preta do mundo fora do continente africano. Em cena, Ana Carbatti se multiplica em muitas vozes e corpos, cujas expressões são as premissas do projeto. 

– Da reflexão ao entretenimento, provocando engajamento e empatia, distinguimos o problema do preto e o problema do branco. Iara só quer ter a certeza de que seu filho vai chegar à idade adulta e se tornar um cidadão comum e respeitado. A sua angústia sintetiza a de milhões de mães no Brasil e no mundo – conta a premiada atriz, indicada ao Prêmio Shell e ao APTR pelo papel. 

Tudo começa quando ela acorda de um pesadelo onde ocorre o desaparecimento de Menino. A partir daí, começa por questionar sua própria existência e sua função na sociedade, como mulher e mãe: educar seu filho para que se desenvolva como um indivíduo que cresça, floresça e contribua para a sociedade ou despi-lo, ainda em tenra idade, de sua inocência de modo a prepará-lo para o enfrentamento de uma sociedade que não o reconhece como igual. Em uma conversa íntima com o público, ela discorre sobre suas principais angústias, medos e esperanças, falando através de todos os seus sentidos, se expondo e expondo seu corpo tão marcado quanto belo, tão liberto quanto invisível. 

– É urgente refletir e falar sobre o racismo no Brasil e sobre a violência que sofre a população preta, grande maioria no país. É fundamental repensar a história brasileira: um país fundado a partir do massacre violento de muitos, por parte de uma elite privilegiada. Nesse momento, em que vivemos um período de retrocesso político atroz, de guerra psicológica, emocional e moral, é fundamental esse debate no teatro, que é o lugar em que a nossa humanidade ainda sobrevive. E onde ainda é possível um diálogo amoroso – ressalta Isabel Cavalcanti. 

Sem deixar de lado o humor e a empatia, o espetáculo traz uma reflexão sobre como a sociedade ainda precisa compreender sua responsabilidade e agir para reparar sua dívida histórica com a população preta. 

– Promover a presença e o protagonismo pretos é necessário para a construção do que pode(re)mos chamar de identidade brasileira. E só o antirracismo conseguirá nos devolver à humanidade perdida em mais de 300 anos de escravização. Não haverá liberdade enquanto não houver igualdade. Essa peça é uma das mais importantes que já fiz, em quase 40 anos de teatro. É a palavra-semente que precisa ser espalhada pelo mundo – destaca Inez Viana.

 

Serviço:

“Ninguém Sabe Meu Nome”

Onde: Cidade das Artes – Av. das Américas, 5300, Barra da Tijuca, Rio de Janeiro – RJ

Quando: dias 18, 19 e 20 de novembro, sábado e domingo, às 20h, e segunda, às 19h  

Entrada: R$ 60 (inteira) e R$ 30 (meia-entrada)

Vendas de ingressos e mais informações: http://cidadedasartes.rio.rj.gov.br/programacao/interna/1591

Duração: 60 min

Classificação etária: 12 anos

Gênero: drama

 

Ficha técnica:

Idealização, texto e encenação: Ana Carbatti @ana_carbatti
Direção: Inez Viana e Isabel Cavalcanti @inezviana @bebel_cavalcanti
Dramaturgia: Mônica Santana @monicasantana
Direção de movimento: Cátia Costa @catia_costa50
Direção musical: Vidal Assis @vidal.assis
Cenário: Tuca Mariana @tuca.b
Assistente de cenografia: Gabriela Viviani
Cenotécnica: Paula Maggi e Hélice Produções Artísticas @paula_maggi_ @sergiomarimba
Figurino: Flávio Souza @pequenoteatro
Desenho de Luz: Lara Cunha e Fernanda Mantovani @laranegalara @mantovaniluz
Make/hair: Sylvia Vitoriano @sylviavitoriano
Design Gráfico: Daniel Barboza @danielbarbozarj
Direção de Produção e Produção: Aliny Ulbricht @ulbrichtaliny
Raissa Imani @raissa.imani
Gestão Financeira: Fomenta Consultoria @fomentaconsultoria
Audiovisual: Helena Bielinski @hbielinski
Co Produção: Kawaida Cultural @kawaidacult

 

ANA CARBATTI – atriz e autora 

Formada pela CAL e pela Uni-Rio, tem trilhado nos últimos 30 anos uma carreira de sucesso no teatro, televisão e cinema. Ganhou 4 prêmios de melhor atriz por sua atuação no filme “Os Inquilinos”, sob a direção de Sérgio Bianchi, com quem realizou outros dois filmes. Dentre as 20 novelas em que atuou, destacam-se “A Força de um Desejo”, “JK”, “Laços de Família”, “Lado a Lado”, “Amor à Vida”, “Haja Coração” e “Tempo de Amar”, todas na TV Globo.

 

No teatro, atuou em mais de 60 produções, destacando-se em “Otelo da Mangueira”, “A Capital Federal” e a “Divina Comédia”, respectivamente sob a direção de Daniel Herz, André Paes Leme e Regina Miranda, e “Tim Maia – O Musical”, sob a direção de João Fonseca, além dos espetáculos infantojuvenis “Manuel Bandeira: Estrela da Vida Inteira” e “Histórias de Jilú”. Em 2014, protagonizou o musical “Clementina, Cadê você?”, dirigido por Duda Maia. Em seguida, produziu e protagonizou os espetáculos “Pequenas Tragédias” e “Redemunho”.

 

INEZ VIANA 

Inez Viana é atriz há 38 anos e diretora teatral há 15. Também atua como professora e dramaturga. Tem bacharelado em Artes Cênicas e pós-graduação em direção teatral pela Faculdade CAL, RJ, 2019. Trabalhou com nomes da cena brasileira como Aderbal Freire-Filho, Sérgio Britto, Enrique Diaz, Márcio Abreu, Grace Passô, Danilo Grangheia, Cristina Moura, Denise Stutz, Pedro Kosovski, Georgette Fadel, Newton Moreno, Diogo Liberano, entre outros. Também tem passagens pelo Cinema, TV Globo e Streaming. Em 2010, fundou, junto com nove atrizes e atores, a Cia OmondÉ, que já tem 8 peças montadas, além das 9 que dirigiu fora da companhia. Seus trabalhos em atuação e direção lhe renderam vários Prêmios e indicações, como Shell e APTR. Atualmente, está no ar com a personagem “Angelina” na novela “Terra e Paixão”, da TV Globo.

 

ISABEL CAVALCANTI 

Isabel Cavalcanti é diretora, atriz e autora. Indicada aos Prêmios Shell, Cesgranrio e Arte Qualidade Brasil. Publicou os livros “Eu Que Não Estou Aí Onde Estou: O Teatro de Samuel Beckett” (7Letras) e “Aquele Que Tem Mais O Que Fazer” (Poesia/7Letras). Mestre em Literatura Brasileira (PUC/Rio) e Mestre em Teatro (UNIRIO), trabalha nas Artes Cênicas há 30 anos e há 3 anos como diretora de cinema. Em cinema, codirigiu o documentário “A Última Gravação”, sobre o ator Sérgio Britto, exibido na Première do Festival do Rio 2019 e nos Festivais de NY e Miami, além de um curta-metragem de ficção, lançado em 2022.

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