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Nova Bandeira do MAR, criada pela artista Guilhermina Augusti, traz reflexões sobre urgências sociais

O Museu de Arte do Rio vai hastear sua nova bandeira neste sábado (14/05). A artista trans Guilhermina Augusti foi escolhida para criar a bandeira, que traz duas palavras: Atravecar e Escurecer. Além disso, ela trabalhou conjuntamente com elementos geométricos que mostram um pouco da sua ancestralidade negra. Uma geometria identitária e afro-brasileira. Guilhermina usa em seus trabalhos referências de importantes artistas brasileiros como Abdias Nascimento, Rubens Valentim e cria principalmente a observação sobre a geometria. 

“Quando penso na bandeira hasteada no MAR com duas fortes palavras que são atravecar e escurecer nesse Rio de Janeiro que vivemos, ela comunica muita coisa. Seja no sentido estético, político e ético. Ela se comunica com muita gente. Ela toca e é tocada em amplo sentido. Penso na capacidade imaginativa de ver novas imagens conjurando vidas a quem sempre teve símbolos espalhados pela cidade, que nos prendiam à nossa subtração. Então, quando penso na bandeira, penso em vida. Uma grande imagem de 5 metros que está ali evocando como uma flecha, uma abertura para algo novo que deve ser construído” . 

Guilhermina Augusti é uma artista plástica, estudante de filosofia e audiovisual. Seus trabalhos desenvolvidos têm como processo de pesquisa, criação, execução e registros. Essas interações também se envolvem com um campo teórico conceitual de criação de algumas palavras/conceitos, como proposta do que essas palavras significam e ressignificam como pretosfera, atravecar, transmaterialidade. A filosofia aparece não só no campo conceitual como em todo o trabalho prático, já que ambas as coisas se mesclam e não são separadas de forma binária. 

“As bandeiras do Museu são bandeiras de posicionamento em relação às questões sociais. Já tivemos uma artista negra, Sônia Gomes; um artista indigena, Xadalu; e agora teremos uma artista trans, Guilermina Augusti, que coloca duas palavras que são dois questionamentos e ao mesmo tempo urgências sociais, que são palavras que nos colocam a responsabilidade de ter mais artistas trans representadas nas coleções do museu e nas exposições e artistas negros, negras e negres na coleção e nas exposições do MAR, e também na presença dessas pessoas no próprio museu” ressalta Marcelo Campos, curador-chefe do MAR. 

Para comemorar o hasteamento da bandeira, no sábado, às 14h, teremos o Sarau Poético “Atravecar Escurecer”. O evento vai contar com a apresentação “Imunização Poética”, do coletivo Slam das Minas e Batalha Vogue – IRREALISMO BALL.A artista Guilhermina Augusti e o curador-chefe do MAR, Marcelo Campos estarão presentes. 

“O Museu de Arte do Rio sai na frente e se compromete cada vez mais em defender e ressaltar a importância da diversidade e o respeito a todos. Acreditamos no importante papel dos museus para a discussão da urgência social de valorizar artistas negros e transexuais. Essa atitude pode ser claramente vista em nossas exposições e no nosso acervo” afirma Raphael Callou, Diretor e Chefe da representação da OEI no Brasil, organização responsável pela gestão do museu desde janeiro deste ano.

 

Museu de Arte do Rio 

Iniciativa da Prefeitura do Rio em parceria com a Fundação Roberto Marinho, o Museu de Arte do Rio passou a ser gerido pela Organização dos Estados Ibero-americanos (OEI) desde janeiro deste ano, apoiando as programações expositivas e educativas do MAR a partir de um conjunto amplo de atividades para os próximos anos. A OEI é um organismo internacional de cooperação que tem na cultura, na educação e na ciência os seus mandatos institucionais, desde sua fundação em 1949.

O Museu de Arte do Rio, para a OEI, representa um instrumento de fortalecimento do acesso à cultura, intimamente relacionado com o território, além de contribuir para a formação nas artes, tendo no Rio de Janeiro, por meio da sua história e suas expressões, a matéria-prima para o nosso trabalho”, comenta Raphael Callou, diretor e chefe da representação da OEI no Brasil.

Após o início das atividades em 2021, a OEI e o Instituto Odeon celebraram parceria com o intuito de fortalecer as ações desenvolvidas no museu, conjugando esforços e revigorando o impacto cultural e educativo do MAR, onde o Odeon passa a auxiliar na correalização da programação. 

O Museu de Arte do Rio tem o Instituto Cultural Vale como mantenedor, a Equinor como patrocinadora master  e o Grupo Renner como apoiador, todos por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura. A Escola do Olhar conta com o patrocínio da Wilson Sons e Machado Meyer Advogados via Lei Federal de Incentivo à Cultura. Por meio da Lei Municipal de Incentivo à Cultura – Lei do ISS, é também patrocinada pelo RIOgaleão e Icatu e tem a Cultura Inglesa como apoiadora Educacional. O Instituto Olga Kos patrocina os recursos de acessibilidade do MAR. 

Por meio da Lei Estadual de Incentivo à Cultura, a BAT Brasil (ex-Souza Cruz) é patrocinadora do MAR de Música. O projeto conta com o apoio da Beck’s. 

O MAR conta ainda com o apoio do Governo do Estado do Rio de Janeiro e realização da Secretaria Especial de Cultura, Ministério do Turismo e do Governo Federal do Brasil, por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura.

 

 

Serviço:

Hasteamento da bandeira Atravecar e Escurecer

Sábado, dia 14 de maio, às 14h

Museu de Arte do Rio – MAR

Praça Mauá, 5 – Centro – Rio de Janeiro

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