Xande de Pilares encerra o festival de dança O Corpo Negro com show gratuito na Praça Mauá

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O cantor Xande de Pilares vai encerrar o festival de dança O Corpo Negro, realizado pelo Sesc RJ, com um show, no próximo domingo (28/05/05), às 19h, na Praça Mauá, Zona Portuária do Rio de Janeiro. Antes da apresentação, ao longo da tarde, a partir das 14h, a praça vai receber uma Feira de Empreendedores e os espetáculos de dança “O corpo que habita o terno”, com Jefferson Bilisco, e “Minas de ouro”, com as Minas do Samba. O evento é gratuito. 

A última semana do festival ainda vai contar espetáculos de dança no Sesc Copacabana. De quinta (25/05) a domingo (28/05), às 19h, a sala multiuso recebe a performance Iyamesan, dirigida por Luna Leal. Com nove bailarinas em cena, o espetáculo, inspirado na cultura Iorubá, reencarna Iyamesan, aquela que foi cortada em nove partes, a mãe dos noves filhos, a mãe dos nove céus. O espetáculo recorre ao universo das culturas afro-brasileiras como fundamento, com o objetivo de evocar o poder feminino na constituição do mundo e todas as coisas criadas. O espetáculo mostra o lugar da mulher negra na resistência para manutenção da vida e sobrevivência do seu povo. 

Também de quinta (25/05) a domingo (28/05), às 20h, a companhia de dança Clanm apresenta no Sesc Copacabana a perfomance Manifesto Elekô, que propõe uma relação entre o mito de Obá e as mulheres negras contemporâneas. Obá, orixá considerada a mais retinta, a deusa do ébano, liderou Elekô, uma sociedade restrita a mulheres guerreiras, mas, por ser mulher, foi incompreendida. Suas conquistas foram pouco reverenciadas e sua história quase apagada. O espetáculo resgata essa história, com releituras de cantos tradicionais iorubás, percussão, violino e violoncelo. A dança tradicional dos orixás se une ao contemporâneo em uma fusão de corpos e instrumentos. 

Já no sábado (27/05) e no domingo (28/05), acontece, às 20h30/05, a performance Imalẹ̀ Inú Ìyágbà, com Adnã Ionara. No espetáculo, a bailarina apresenta memórias pessoais e relembranças de menina preta. É uma narrativa que fortalece o discurso e dá movimento e vida à raiz que se carrega. O trabalho nasce da tentativa de despontar jornadas escurecidas, de forma individual e coletiva, na busca por transformação e formação de “escrevivências” que o corpo-memória sofre/produz. Sob os escombros dos céus, revelar os segredos que carregamos nos olhos e no peito-coração.

 

Mostra de filmes segue até o fim de maio 

Além das performances de dança, a última semana do festival continua com a mostra audiovisual com a exibição de filmes, produzidos ou estrelados por artistas negros, em várias unidades do Sesc no estado. 

Entre os destaques, nesta quinta (25/05), o Sesc Niterói exibe, às 16h30/05, em única sessão, os filmes Negrum 3 e A Rainha Diaba. Na sexta (26/05), às 14h, o documentário Congar será exibido no Sesc Nova Friburgo, com a participação dos diretores Gabo M. Barros e Saulo Adão. Já no sábado (27/05), o Arte Sesc exibe, às 17h, os curtas Só sei sentir, Elegbará e Ilhas de Calor. No dia 31/05 de maio, às 15h, o Sesc Ramos exibe Damas do Samba. Veja a programação detalhada da mostra em www.ocorponegro.com.br   

A 3ª edição do festival de dança O Corpo Negro começou no último dia 29/05 de abril, no Rio de Janeiro, com apresentações gratuitas de espetáculos criados e executados por artistas negros e negras. Realizada pelo Sesc RJ, o evento termina no próximo domingo (28/05/05) com mais de 130/05 atrações oferecidas ao público, entre performances de dança, oficinas, debates e shows. A programação se estendeu pelas de cidades de Nova Friburgo, Nova Iguaçu, Niterói, Petrópolis, São Gonçalo e Barra Mansa 

“Toda a programação foi selecionada por meio de um edital público inédito, orientado exclusivamente para artistas negras e negros, de todo o País, no campo da dança. Foi uma ação afirmativa, pensando numa política de equidade, incrementando as oportunidades para os artistas negros, visando propor um campo de trabalho mais justo e a valorização da produção negra na sociedade brasileira”, conclui André Gracindo, analista técnico de Artes Cênicas do Sesc RJ.