Academia Brasileira de Música – ABM comemora 78 anos com a série de concertos Brasiliana na Sala Cecília Meireles

0
240

A Academia Brasileira de Música comemora os 78 anos de sua fundação com mais uma edição de Brasiliana, a série de concertos dedicada à música brasileira. Serão três concertos, nos dias 23, 24 e 25 de julho, na Sala Cecília Meireles. Fundada em 14 de julho de 1945, por Heitor Villa-Lobos, como instituição cultural sem fins lucrativos, a ABM tem como objetivo principal a divulgação da música clássica brasileira e é composta por 40 acadêmicos, personalidades de destaque no meio musical brasileiro nas áreas da composição e da educação musical, da interpretação e da musicologia.

O concerto do dia 23, domingo, às 17 horas, é integralmente dedicado ao compositor Heitor Villa-Lobos, com a apresentação do Coral Brasil Ensemble – UFRJ (regência de Maria José Chevitarese) e o Grupo de Câmara da Orquestra Sinfônica da UFRJ, sob regência de Tobias Volkmann. O destaque é para o centenário de composição do “Noneto”, obra emblemática da produção do compositor, escrita em 1923 para coro misto e grande conjunto instrumental – apresentada pela primeira em Paris em 30/05/1924. Completam o programa o “Sexteto Místico”, de 1917, e o “Quatuor” (1928).

Na segunda-feira, dia 24, às 19 horas, a Sala Cecília Meireles receberá a Orquestra Sinfônica da UFRJ, regida pelo maestro e acadêmico Júlio Medaglia – sua primeira vez à frente de um concerto na série Brasiliana. No programa, obras pouco frequentes no repertório das orquestras brasileiras. Os três movimentos de “Cinematográfica”, de César Guerra-Peixe, foram extraídos de uma trilha original para o cinema composta em 1978, transformada em peça para concerto pelo próprio compositor em 1982. A “Suíte Popular” para orquestra de câmara, de Luciano Gallet, foi composta em 1929 e traduz, em música, as teorias de Mário de Andrade expostas no “Ensaio sobre a Música Brasileira”, publicado no ano anterior. Na obra, Gallet estrutura os movimentos de danças populares a partir de temas de composições de sucesso da época, incluindo as de Ernesto Nazareth. A segunda parte do programa é dedicada ao violão, que marcará a homenagem a Turíbio Santos por seus 80 anos. Do próprio Turíbio, será executada a “Suíte de Danças Concertantes”, encerrando com o “Concerto para quatro violões”, de Ronaldo Miranda. Os intérpretes serão cinco ex-alunos de Turíbio: Celso Faria, Fábio Adour, Luiz Carlos Barbieri, Marco Lima e Maria Haro.

 O último concerto da série Brasiliana, dia 25, às 19h, terá a participação da Orquestra Sinfônica Nacional, da Universidade Federal Fluminense, sob regência de Daniel Guedes, homenageando os compositores Edino Krieger, que faria 95 anos em 2023, e Almeida Prado, que completaria 80 anos. O “Pequeno Concerto para violino” foi composto por Krieger na Alemanha, em 2008, e estreado por Daniel Guedes no ano seguinte, durante a XVIII Bienal de Música Brasileira Contemporânea, na própria Sala Cecília Meireles. Também de Edino Krieger são as “Variações Elementares”, obra composta em 1964 e estreada no ano seguinte durante o III Festival Interamericano de Música de Washington.

De Almeida Prado, será ouvida “Estigmas”, para orquestra de cordas, obra composta em 1975 e estreada no mesmo ano em Genebra, na Suíça, pela Orquestra de Cordas da Academia Internacional de Música de Câmara. O programa inclui ainda o “Naufrágio de Kleônicos”, um poema sinfônico composto por Villa-Lobos em 1916, que conclui com “O Canto do Cisne Negro”, um solo de violoncelo muito executado na versão com piano.

 

TIM RESCALA: cerimônia de posse

No mesmo dia 25, um pouco mais cedo, às 17h, acontecerá a cerimônia de posse do Acadêmico Tim Rescala, no Espaço Guiomar Novaes, na própria Sala Cecília Meireles, com entrada gratuita e aberta ao público. Eleito em junho desse ano, o compositor e produtor musical ocupará a cadeira nº 34, que tinha como último ocupante o compositor e gestor cultural Edino Krieger (José de Araújo Vianna como Patrono, Newton Pádua como Fundador e Guerra-Peixe como 1º Sucessor). Sua obra “Bipolar” também será apresentada pela Orquestra Sinfônica Nacional no concerto de encerramento da série Brasiliana.

 


Serviço:

BRASILIANA 2023 – ACADEMIA BRASILEIRA DE MÚSICA

Sala Cecília Meireles

23, 24 e 25 de julho de 2023 

Endereço: Largo da Lapa, 47 – Rio de Janeiro

Ingressos: R$20,00 (inteira) / R$10,00 (meia-entrada)

Classificação livre

 

 

PROGRAMAS                                                                                              

Dia 23 de julho, domingo, às 17 horas

Coral Brasil Ensemble – UFRJ (direção de Maria José Chevitarese)

Grupo de Câmara da Orquestra Sinfônica da UFRJ

Regência de Tobias Volkmann

 

1-      Heitor VILLA-LOBOS – Quatuor para flauta, oboé, clarineta e fagote (1928) 15′

I- Allegro non troppo

II- Lento

III- Allegro molto vivace

 

2-      Heitor VILLA-LOBOS (1887-1959) – Sexteto Místico para flauta, oboé, sax alto, violão, celesta e harpa (1917) 8′

 

3-      Heitor VILLA-LOBOS – Noneto para flauta, oboé, clarineta, fagote, sax alto, piano, celesta, harpa, percussão e coro misto (1923) 14′

 

 

Dia 24 de julho, segunda-feira, às 19 horas

Orquestra Sinfônica da UFRJ

Regência de Júlio Medaglia

 

1-      César GUERRA-PEIXE (1914-1993) – Cinematográfica (1978) 6′

 

I-                   Panorama e detalhe (Andantino maestoso)

II-                Amorosamente (Larghetto)

III-              Troteando na estrada (Allegretto)

 

2-      Luciano GALLET (1893-1931) – Suíte Popular (1929)

 

I-                   Dobrado

II-                Tanguinho

III-              Polka

IV-             Seresta

V-                Maxixe

 

3-      Turíbio SANTOS (1943) – Suíte de danças concertantes para violão

 

I-                   Forró

II-                Sonhos

III-              Carimbó

IV-             Samba lamento

V-                Valsa do amanhecer

VI-             Frevo dos aflitos

 

Solista: Celso Faria

 

4-      Ronaldo MIRANDA (1948) – Concerto para quatro violões (2003) 23′

 

I-                   Lento / Allegro

II-                Lírico

III-              Entreato

IV-             Rondó

 

Solistas: Fábio Adour, Luis Carlos Barbieri, Marco Lima e Maria Haro


Dia 25 de julho, terça-feira, às 19 horas

Orquestra Sinfônica Nacional da UFF

Regência de Daniel Guedes

 

1-      Edino KRIEGER (1928-2022) – Pequeno Concerto para violino e cordas (2008) 14′

 

I-                   Recitativo e Allegro

II-                Digressões sobre um sino de Baden-Baden

III-              Tocata

 

Solista: Daniel Guedes

 

2-      José Antônio de ALMEIDA PRADO (1943) – Estigmas para cordas (1975) 12′

 

I-                   Sudário

II-                Estigmas

III-              Amem

 

3-      Edino KRIEGER – Variações elementares para orquestra de câmara (1964) 16′

 

I-                   Prólogo

II-                Variação I: Diálogos

III-              Variação II: Toccata

IV-             Variação III: Móbiles

V-                Variação IV: Ricercare

VI-             Variação V: Choro

VII-          Variação VI: Pequeno Coral

VIII-        Variação VII: Bossa-Nova

IX-             Variação VIII: Quarteto

X-                Variação IX: Densidade

XI-             Variação X: Jogo

XII-          Epílogo

 

4. Tim RESCALA (1961) – Bipolar (1921) 7′

 

5. Heitor VILLA-LOBOS – Naufrágio de Kleônicos (1916) 13′

 

 

Acadêmicos homenageados

Alfredo Taunay, 180 anos

Arthur Napoleão, 180 anos

José Cândido da Gama Malcher, 170 anos

Ernesto Nazareth, 160 anos

João Batista Lehmann, 150 anos

Paulino Chaves, 140 anos

Savino de Benedictis, 140 anos

Mário de Andrade, 130 anos

Luciano Gallet, 130 anos

Antônio Garcia de Miranda Neto, 120 anos

Helza Camêu, 120 anos

Ayres de Andrade, 120 anos

Eurico Nogueira França, 120 anos

Cleofe Person de Mattos, 110 anos

José Maria Neves, 80 anos

Luiz Paulo Horta, 80 anos

José Antônio de Almeida Prado, 80 anos

Aylton Escobar, 80 anos

Turíbio Santos, 80 anos

Manoel Corrêa do Lago, 70 anos

 

Homenagem especial – Edino Kriger, 95 anos