Sinopse do Enredo Carnaval 2019 do GRBC do China

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Confira a sinopse do enredo do Bloco Carnavalesco do China, de Duque de Caxias, para o carnaval 2019: “Alegria de Uma Cultura Negra”, em desenvolvimento pela Comissão de Carnaval do Bloco.

O China será o 4º Bloco de Enredo a desfilar pelo Grupo A, da Federação dos Blocos Carnavalescos do Estado do Rio de Janeiro, na Avenida Chile (Centro do Rio), no sábado de carnaval (02/03/2019).

GRÊMIO RECREATIVO BLOCO CARNAVALESCO DO CHINA

Presidente – Maria da Paz Jesus do Nascimento

Carnavalesco – Comissão de Carnaval

Carnaval 2019 – Alegria de Uma Cultura Negra

– Chico Rei

Personagem lendário da tradição oral de Minas Gerais. Segundo esta tradição, Chico era o rei de uma tribo no reino do Congo, trazido como escravo para o Brasil. Conseguiu comprar sua alforria e de outros conterrâneos com seu trabalho e tornou-se “rei” em Ouro Preto.

Chico Rei originalmente teria sido um monarca africano, nascido no Reino do Congo e chamava-se originalmente Galanga. Comerciantes portugueses traficantes de negros o aprisionaram. Chegou ao Brasil em 1740, no navio negreiro “Madalena”. Mas, entre os membros da família, somente ele e seu filho sobreviveram à viagem. A rainha Djalô e a filha, a princesa Itulo foram jogadas no Oceano pelos marujos do navio para aplacar a ira dos deuses da tempestade, que quase o afundou.

Todo o lote de escravos foi comprado pelo major Augusto, proprietário da mina da Encardideira, e foi levado para Vila Rica como escravo, juntamente com seu filho. Trabalhando como escravo, conseguiu comprar sua liberdade e a de seu filho. Adquiriu a mina da Encardideira. Aos poucos, foi comprando a alforria de seus compatriotas. Os escravos libertos consideravam-no “rei”.

– Zumbi (Serra da Barriga, 1655 – Serra Dois Irmãos, 20 de novembro de 1695)

Também conhecido como Zumbi dos Palmares, foi uma importante figura guerreira na história brasileira, sendo reconhecido como um dos pioneiros na resistência contra a escravidão. Foi o último dos líderes do Quilombo dos Palmares, o maior quilombo do período colonial. Zumbi nasceu na então Capitania de Pernambuco, na Serra da Barriga, região hoje pertencente ao município de União dos Palmares, no estado de Alagoas.

A palavra Zumbi ou Zambi, vem do termo zumbe, do idioma africano quimbundo, e significa fantasma, espectro, alma de pessoa falecida.

O Quilombo dos Palmares era uma comunidade, um reino formado por escravos negros que haviam escapado das fazendas, prisões e senzalas brasileiras. Ele ocupava uma área próxima ao tamanho de Portugal.

Naquele momento, sua população alcançava por volta de trinta mil pessoas.

Zumbi nasceu livre, mas foi capturado e entregue ao padre missionário português Antônio Melo, quando tinha aproximadamente seis anos.

Batizado como Francisco, Zumbi recebeu os sacramentos, aprendeu português e latim e ajudava diariamente na celebração da missa.

– Ganga Zumba

Também conhecido como Grande Filho do Senhor, foi o primeiro líder do Quilombo dos Palmares, governando entre 1670 e 1678. Foi o antecessor de seu sobrinho Zumbi. Sobre sua vida, foi feito um filme homônimo, dirigido por Cacá Diegues e que contou com a participação do músico Cartola.

Por volta dos anos de 1670, Ganga Zumba tinha um palácio, três esposas, guardas, ministros e súditos no “castelo” real chamado “Macaco” em homenagem ao animal que havia sido morto no local. O complexo do castelo era formado por 1.500 casas que abrigavam sua família, guardas e oficiais que faziam parte da nobreza. Ele recebia o respeito de um monarca e as honras de um lorde.

Em 1677, o Quilombo dos Palmares foi atacado por Fernão Carrilho, que fez quarenta e sete prisioneiros, inclusive dois filhos de Ganga Zumbi, Zambi e Acaiene, matou outro filho, Toculo, e feriu Ganga Zumba.

Em 1678, Ganga Zumba aceitou um tratado de paz oferecido pelo governador Pedro de Almeidão, qual requeria que os habitantes de Palmares se mudassem para o vale do Cucaú. Ganga Zona, irmão de Ganga Zumba, participou do acordo de paz entre o Quilombo de Palmares e o Reino Português, e mudou-se com Ganga Zumba para Cucaú.

O tratado foi desafiado por Zumbi, outra figura emblemática do Quilombo dos Palmares, que se revoltou contra ele. Na confusão que se seguiu, Ganga Zumba foi envenenado por um seguidor de Zumbi. A resistência aos portugueses continuou com Zumbi.

– Chica da Silva (Serro, 1732 – 15 de fevereiro de 1796)

Francisca da Silva de Oliveira, ou simplesmente Chica da Silva, foi uma escrava, posteriormente alforriada, que viveu no Arraial do Tijuco, atual Diamantina, Minas Gerais, durante a segunda metade do século XVII.

Manteve durante mais de quinze anis uma união consensual estável com o rico contratador dos diamantes João Fernandes de Oliveira, tendo com ele treze filhos. O fato de uma escrava alforriada ter atingido posição de destaque na sociedade local durante o apogeu da exploração de diamantes deu origem a diversos mitos.

Chica da Silva era filha de Antônio Caetano de Sá, homem branco português, provavelmente na Candelária, no Rio de Janeiro. Pouco se sabe sobre o pai de Chica a ser que, em 1726, ocupava o posto de capitão das ordenanças de Bocaina, Três Cruzes e Itatiaia, distritos de Vila Rica. Isto indica que Antônio ocupava uma posição de distinção e honra na sociedade. Chica herdou a escrava da sua mãe, Maria da Costa. Africana da Costa da Mina, onde hoje se situam o Benim e a Nigéria. Maria foi trazida para o Arraial do Milho Verde ainda criança, por volta de 1720. Era escrava de Domingos da Costa, homem negro e forro. Chica foi registrada no Arraial de Milho Verde, no município de Serro Frio, atual Serro.