Geraldo Azevedo e Chico César apresentam “Violivoz” na Fundição Progresso

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Dois dos maiores artistas da música popular brasileira, Chico César e Geraldo Azevedo, estarão juntos no palco da Fundição Progresso para o show “Violivoz” no dia 3 de maio. O projeto, que tem rodado o Brasil inteiro com apresentações esgotadas, traz a releitura de alguns dos maiores clássicos do cancioneiro deles, com a performance instrumental arrebatadora dos dois violonistas. 

No repertório do show estão os clássicos do cancioneiro de ambos, como “Dia Branco“, “Deus Me Proteja“, “Moça Bonita“, “Onde Estará o Meu Amor“, “Bicho de 7 Cabeças“ e “Mama África”, além das duas canções inéditas compostas pela dupla especialmente para a turnê, “Nem na Rodoviária“ e “Tudo de Amor“. 

E para fechar a noite, o show “Mãeana canta JG”, em que a cantora apresenta músicas de João Gilberto e João Gomes. Após uma temporada de sucesso em Salvador/BA, onde o espetáculo nasceu e onde vive hoje a artista nascida no Rio de Janeiro, Mãeana segue agora em turnê pelo Brasil. O repertório do show é composto pela mistura entre as canções eternizadas pelo baiano João Gilberto e os atuais sucessos do pernambucano João Gomes. Juazeiro e Petrolina se encontram na ponte formada por ela, resultando no que ela apelidou de “pisa nova”, reunindo a levada do Piseiro com a intenção da Bossa Nova. 

 

Serviço:
Chico César e Geraldo Azevedo: Violivoz
Data: 03 de maio de 2024, sexta
Local: Fundição Progresso (Rua dos Arcos, 24 – Lapa – Rio de Janeiro)
Abertura da casa: 21h30

Classificação etária: 18 anos. Menores entram acompanhados de pais ou responsável legal.

Ingresso solidário: 50% de desconto sobre o valor da inteira em todos os setores para os clientes que levarem 1kg de alimento (exceto sal e açúcar) no acesso ao evento.

 

Mãeana canta JG

Por Caetano Veloso

“Coisa de grande beleza Mãeana e Bem Gil no Centro Cultural Casa da Mãe. As notas das canções gravadas por João Gomes e João Gilberto na voz da cantora tornam-se maravilhas. Vários milagres acontecem. Cenário e roupa muito Lomelino: delírio e lucidez. De JG a JG, o mau bom-gosto se rende ao bom mau-gosto. Bem Gil mostra inteligência e inspiração musical imensas. Chorei deslumbrado. A percussa de um europeu é riqueza adjunta. É como se o meu tropicalismo gerasse uma joia diminuta e preciosíssima.”

(Caetano Veloso, 19/01/2023. Twitter)

 


Violivoz. Chico César e Geraldo Azevedo

Por Lula Queiroga 

Diamantes lapidados e com brilhos definidos. Começa com um desfile de canções já antológicas e que habitam o imaginário afetivo da plateia. Que acompanha em coro cada palavra, cada refrão. Táxi Lunar (Geraldo/Alceu/Zé Ramalho) e Mama África (Chico César) inauguram a noite. Aí já começa a magia. Cada um  canta um trecho e os dois vocalizam juntos. E o balé de braços da galera ensaiando o que ainda virá. 

Alquimia e simbiose. É Geraldo quem puxa “Deus Me Proteja” (Chico César). Enquanto Chico inicia os versos de “Moça Bonita”(Geraldo/Capinan), a essa altura mal importava a autoria da música. Tudo era uma coisa só. E Geraldo emenda na balada infalível “Dia Branco”. Todas ganharam versões únicas. Criadas para aquele show. Sem sampler, sem efeitos eletrônicos. Apenas os dois, ali, lado a lado. Refinamento em estado bruto.

As palavras cantadas vão aos poucos compondo um grande mosaico de sentimentos e reflexões, que ampliam os sentidos, reverberam nos corações e cabeças presentes.O formato minimalista parece favorecer essa comunicação direta com os fãs. Ouve-se xote, folk, balada, baião,reggae e tudo vem com a mesma nobreza sonora. Com timbre pessoal.E pegada rock and roll.

Noutro momento o palco se transforma num manifesto. Sim, politico. As músicas “Reis do Agronegócio”(Chico César / Carlos Renó) e “Pedrada” (Chico César) mexem com a consciência e a indignação coletiva dada a gravidade do tema. 

Como se não bastasse duas parcerias inéditas da dupla agora indivisível: “Nem na Rodoviária” e “Tudo de Amor”. Os dois são exímios melodistas e dominam os mistérios harmônicos, os harpejos percussivos, as pausas sutis. E o que acontece é uma grande celebração. Arrebataram a audiência com a vigorosa e expressionista “Bicho de 7 cabeças”( Geraldo / Renato Rocha / Zé Ramalho) e a candura da majestosa canção de Chico “Estado de Poesia”.

Já perto do fim, os versos de “Paula e Bebeto”(Caetano / Milton) – “Qualquer maneira de amor vale a pena” são entoados como um canto de libertação. “Pedra de Responsa”(Chico César / Zeca Baleiro) e “Dona da Minha Cabeça” (Geraldo / Fausto Nilo) encerram uma noite onde a plateia mergulhou no universo fantástico de um Brasil que muita gente temia perder. Brasil de poesia, de empatia, de encantamento. Mas que através do talento desses dois gênios brasileiros, volta a pulsar com sua esperança e alegria revigoradas.

Os dois se curvam em reverência à uma plateia de alma lavada, que fez parte de tudo, aplaudindo de pé, corações saciados. Chamando o próximo carnaval.

 


Sobre a Fundição Progresso:
A Fundição Progresso é um dos principais palcos musicais do Rio de Janeiro, que recebe os shows mais incríveis do Brasil! A Fundição também é Centro Cultural e uma grande escola de artes e cultura que incentiva cada vez mais a pesquisa, o estudo das expressões artísticas e realiza projetos socioculturais e de impulso para a indústria do showbiz.