Projeto abre inscrições para formação de comunicadores da Rocinha

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O Projeto Fala pra Gente! Comunicadores Digitais da Rocinha recebe inscrições a partir desta segunda-feira (01/08) para a segunda turma gratuita de formação voltada a moradores da comunidade – homens e mulheres – que produzam atividades culturais locais. As inscrições podem ser feitas até o dia 14 de agosto por meio de formulário online (https://bit.ly/InscricoesFalaPraGente) ou, presencialmente, na Biblioteca Parque, onde são realizadas as oficinas. Os selecionados para as 30 vagas existentes serão conhecidos no dia 17. Localizada na zona sul do Rio de Janeiro, a Rocinha é considerada uma das maiores favelas da América Latina.

O projeto é desenvolvido em parceria entre os departamentos de Comunicação e de Serviço Social da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-RJ), o ECOA PUC-Rio (ecossistema multidisciplinar de inovação aberta e educação digital), o Laboratório de Humanidades Digitais, o Jornal Fala Roça, o Museu Sankofa Memória e História da Rocinha e a Biblioteca Parque.

O coordenador do projeto, Gustavo Robichez, professor da PUC-RJ, acredita que, da mesma forma que ocorreu na primeira turma, voltada à formação de mulheres empreendedoras, o número de inscritos deverá superar a quantidade de vagas ofertadas.

Na primeira turma, realizada entre maio e julho deste ano, o projeto recebeu mais de 40 inscritos para apenas 20 vagas. “Muita coisa em termos de cultura está acontecendo na Rocinha. Eu acredito que a gente vai superar o número de vagas”, afirmou Robichez, destacando que a comunidade tem mapeadas mais de 180 iniciativas culturais. “Para ver a potência que existe no local. Acredito que a gente vai ter uma boa repercussão”.

O segundo ciclo do Projeto Fala pra Gente! Comunicadores Digitais da Rocinha, composto de dois meses de formação, tem o intuito de dar voz a iniciativas realizadas na Rocinha.

“Que a gente possa, na verdade, a partir de pequenas jornadas de aprendizado, fazer com que eles aprimorem práticas de comunicação digital. Isso engloba o uso de redes sociais, tecnologia como apoio à própria divulgação das iniciativas culturais, entre outros tópicos. Homens e mulheres terão a oportunidade de aprender como alavancar os seus projetos pelo Instagram”, explicou o coordenador do projeto.

Na turma inicial, as mulheres tiveram prioridade dado o protagonismo delas em comunidades como a Rocinha. De acordo com o primeiro Censo de Inadequação Habitacional, realizado pelo programa Na Régua, do governo do estado do Rio de Janeiro, 76% das casas na Rocinha são chefiadas por mulheres.

Agora, no segundo ciclo formativo, o projeto vai ampliar o público, com a abertura de vagas para homens. A expectativa, entretanto, é de que as inscrições sejam majoritariamente femininas.

As aulas do projeto são dadas por professores da PUC RJ e profissionais de referência do mercado.

Para contar a história de algumas dessas lideranças femininas na comunidade, faz parte do projeto a produção da websérie Fala pra gente, Rocinha, lançada em plataforma online e nas redes sociais do Museu Sankofa e do Jornal Fala Roça. “São sete mulheres da favela com histórias de vida muito bacanas”, ressaltou o professor.

O coordenador adiantou que o terceiro ciclo vai ser relacionado à inovação e será mais amplo do que os dois iniciais. A previsão é que ele ocorra nos meses de novembro e dezembro deste ano.

“A gente está buscando formas de manter a iniciativa. O projeto está dando certo, com boa repercussão”. A ideia é buscar maior diálogo com alguns apoiadores, entre os quais o Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (Senac).

O Fala pra Gente! Comunicadores Digitais da Rocinha faz parte do edital do Programa Favela Inteligente em Apoio às Bases para o Parque de Inovação Social e Sustentável na Rocinha, promovido pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro (Faperj).