Editorial – Museu Nacional

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Na noite deste domingo (02/09), aconteceu o incêndio que destruiu o acervo do Museu Nacional, localizado na Quinta da Boa Vista, no bairro imperial de São Cristóvão, Zona Norte do Rio. Na verdade, o incêndio destruiu nossa história. Durante a noite de domingo e toda esta segunda-feira (03/09), notícias, debates, manifestações. A tragédia brasileira foi assunto da imprensa internacional também. Se alguém duvidava da importância do Museu Nacional, com certeza agora sabe que é real.

Há tempos a verba repassada para a manutenção do Museu é insuficiente.

Há tempos que as verbas destinadas à preservação da cultura brasileira são insuficientes. Há décadas e décadas, o patrimônio histórico brasileiro não merece o tratamento que lhe é devido. Porque há tempos não cuidamos da nossa cultura, fator que nos dá identidade. O que faz de nós brasileiros.

Muito foi dito, no dia de hoje, sobre fato tão grave. Até mesmo se aproveitou o momento para campanha política, como se o que aconteceu fosse de pequena importância. As manifestações da imprensa internacional, por outro lado, deixou bem clara sua gravidade. Não entendeu o recado quem não quis.

Porém, ainda há um risco e muito grave: o de tudo não passar de uma emoção momentânea. De vir a tornar-se um simples comentário no futuro.

Ou de tudo isso cair em esquecimento.

Fazer o Caminhos do Rio é também encontrar, em nosso Estado, restos de nossa história abandonados. Sem o menor investimento. Sem uma política pública de preservação da nossa história e cultura. Sem que os moradores locais saibam da sua história.

Se queremos reconstruir nosso Estado. Se queremos mesmo ser um país.

Este é o momento. Que cada um de nós assuma sua responsabilidade como cidadão brasileiro e cuide de nossos patrimônios, sejam materiais ou imateriais. Que essa medida nos seja comum, se torne um hábito. Porque isso nos levará ao desenvolvimento. Porque isso reconstruirá uma nação.

Simples assim: cultura é a identidade de um povo. Entenda-se isto.

Ponto final. Não é votar de 4 em 4 anos que resolve problemas. É a prática constante de cidadania. É o interesse permanente na situação do país e de seu povo. É a preservação e disseminação de sua cultura.

É trabalhar para que tudo isso aconteça.

A ferramenta fundamental para que esse processo de recuperação se inicie: educação. Para que nada fique apenas no campo do discurso, mas da atitude, da iniciativa. Para que se materialize e se transforme, finalmente, em benefício para todo o povo brasileiro.

Mais cidadania. O Rio de Janeiro merece. O Estado do Rio merece. O Brasil merece. E o povo brasileiro precisa muito.

E vida que segue…