Um outro Carnaval

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Pedindo licença aos comentaristas de carnaval, especialistas no assunto, mas vou me aventurar nesse caminho.

É verdade que o carnaval ainda está transcorrendo, muitos eventos ainda pela frente. Mas, também é verdade que a produção começa bem antes. No caso das Escolas de Samba, com quase 1 ano de antecedência. Não sei se brinquei muito de quebra-cabeça quando criança, ou é mera curiosidade de canceriana mesmo. Isso aliado a experiência recente de diretora de bloco (onde atuo na área administrativa).

Do lado dos blocos, estilos musicais diversos são experimentados. Outros mantêm a tradição do carnaval carioca – marchinhas, sambas de carnaval e sambas-enredo. Já do lado das Escolas de Samba, apesar de inovações, há um padrão a ser seguido, até por força do regulamento do desfile. Independente de como se faz o carnaval, este não é barato. E como vivemos crise econômica, os sinais se apresentam no evento.

A dificuldade em se colocar a Escola de Samba nas ruas se apresentou em 2019, com o anúncio do corte do subsídio. Por outro lado, por força da crise econômica, dificuldade em conseguir patrocínio.

Pois bem. Neste início de carnaval das Escolas de Samba, gostei do que vi, apesar dos pesares, dos problemas enfrentados. Aconteceu algo que já observara na Intendente Magalhães – a Passarela Popular: bons enredos e desenvolvimento criativo.

Claro que o samba é importante para a Escola. Afinal, é Escola de Samba, né? Mas, num desfile de carnaval, o enredo é fundamental: quesitos como fantasias, alegorias e adereços e o próprio samba, são desenvolvidos com base no enredo. Na minha opinião, apesar do valor de subsídio recebido ser bem inferior ao que era destinado às Escolas da Sapucaí, bons enredos têm sido apresentados. Muitas das Escolas têm dificuldade com arrecadação até por conta da situação das localidades onde têm sede. Mesmo assim, bons enredos são apresentados. Falta recurso para melhor desenvolvimento, isso é outra história.

Pois bem. Bons enredos de parte a parte, da Sapucaí à Intendente Magalhães. E, em ambas situações, criatividade no seu desenvolvimento. Se o momento não permite gastos com determinados materiais, isso também não impede que se apresente bom trabalho. Capricho, acima de tudo. Bons enredos, bons sambas. E, dentro do possível, bom carnaval.

Lembrando, também, que para aqueles que trabalham diretamente nos barracões, bons enredos significam conhecimento. Aliás, para qualquer um que desconheça o tema e lê a sinopse.

Continua o desafio de descrever, em fantasias e alegorias, o enredo. Tanto pela questão financeira, quanto pela materialização da idéia. Um desafio motivador, pois.

Então, nossos parabéns aos carnavalescos que atuam no carnaval carioca. Que, apesar de tanta dificuldade e restrições, não abrem mão de apresenrtar um enredo bonito e inteligente.

É essa resistência que faz do desfiles das Escolas de Samba o maior espetáculo cultural da Terra.

E vida que segue…