Rio de Janeiro – Quarto Boletim Epidemiológico mostra todas as regiões do município ainda em risco alto para Covid

0
473

O prefeito Eduardo Paes participou, nesta sexta-feira (29/01), da divulgação do 4º Boletim Epidemiológico da Covid-19, no Centro de Operações Rio (COR), na Cidade Nova, e o documento revelou que toda a cidade continua na classificação de “risco alto” para a doença. Além disso, a prefeitura informou que com as medidas adotadas de combate à pandemia, em alguns dias da última semana, a espera por um leito no sistema de saúde foi zerada.

As 33 regiões administrativas do município já se encontravam com esta classificação no 3º boletim divulgado e, dessa forma, não houve alterações em relação ao 4º. As ações de fiscalização seguem intensificadas, assim como a orientação à população sobre a importância das medidas de proteção à vida. Para reduzir a incidência da doença na cidade, é imprescindível que a população colabore e siga as recomendações científicas.

O prefeito considerou que a situação deve melhorar com o início da etapa de vacinação escalonada de pessoas a partir dos 80 anos, marcado para segunda-feira (01/02). Ao fazer um balanço das primeiras quatro semanas de divulgação do Boletim Epidemiológico, Paes fez uma comparação com a escola, numa referência à volta às aulas, prevista para o próximo mês.

– (Desde o 3º boletim) Tivemos uma piora da nossa nota no boletim que recebemos na escola e a mantivemos neste 4º. A nota não é boa, não dá para passar de ano. A gente precisa voltar para nota amarela (risco moderado), a gente está na laranja (risco alto) – disse o prefeito, que em seguida comentou sua expectativa sobre a nova etapa de vacinação. – Iniciaremos a vacinação da população em geral, com foco nos idosos. O fluxo de vacina chegando, vamos avançar no mês de março para o pessoal entre 80 e 60 anos. Sei que tem gente angustiada em casa, querendo ser vacinada logo, mas falta pouco. Se a gente vacinar 100% das pessoas acima de 60 anos até o fim de março, em abril poderemos estar vivendo uma situação de muito mais tranquilidade, voltar a nos abraçar e nos encontrar.

Com a proximidade do carnaval, o prefeito voltou a alertar a população sobre a importância de se manter as medidas de prevenção. Lembrou que ele mesmo, que gosta muito deste período de festas na cidade, ficou triste com o cancelamento dos desfiles de blocos e escolas de samba.

– Vamos fazer um esforço a mais, segurar a onda no carnaval. Meu apelo é esse: vamos salvar vidas, preservar e deixar a nossa “coroada” viver muito mais. Antigamente, a pessoa de 80 anos já estava no fim, hoje tem uma vida longa pela frente. E todos queremos conviver com pais, avós, tios e amigos durante muitos anos ainda. Peço esse esforço de reta final dos cariocas. Vamos nos agarrar nesta esperança para que ela se torne uma realidade – frisou o prefeito carioca.

Deste o início da pandemia, a cidade do Rio registrou 187.339 casos de Covid-19, com 17.017 óbitos. A letalidade no município está em 9,1%, acima das médias do estado (5,7%) e do Brasil (2,4%). A taxa de mortalidade é de 255,5 óbitos a cada 100 mil habitantes, também acima das taxas do estado (169,3) e do país (104,8). As RAs de Copacabana (V), Centro (II), Lagoa (VI) e Tijuca (VIII) foram as que concentraram a maior incidência acumulada de casos confirmados de Covid-19. Centro e Lagoa registraram a maior taxa de mortalidade acumulada.

Avanços na campanha de vacinação
O Rio de Janeiro é a capital que mais avançou na vacinação contra o coronavírus. Até a quinta-feira (28), a Secretaria Municipal de Saúde imunizou mais de 125 mil pessoas contra a doença, entre idosos e portadores de deficiência institucionalizados, indígenas aldeados, quilombolas, profissionais de saúde da linha de frente no atendimento aos pacientes com Covid-19, os envolvidos na campanha de vacinação e aqueles com 60 anos ou mais.

Na próxima semana, mais uma etapa da campanha será aberta, de forma escalonada por idade, para atender outro grupo prioritário. Já na segunda-feira (01/02), serão vacinadas nas clínicas da família e centros municipais de saúde as pessoas a partir de 99 anos, que representam cerca de 1.100 cidadãos cariocas. Na terça, de 98 anos; na quarta, 97; na quinta, 96; na sexta, 95 anos; e assim sucessivamente nos dias úteis, uma idade por dia, até o fim do mês.

Aos sábados será sempre dia de segunda chamada para as pessoas que deveriam ter se vacinado na semana anterior, mas, por algum motivo, não puderam ir à unidade de saúde. A previsão é de que até o fim de fevereiro todos os idosos a partir de 80 anos estejam cobertos.

– O grupo dessa primeira semana é pequeno, mas é complexo de se vacinar. São pessoas mais idosas, muitas delas serão vacinadas em casa pelas equipes da Saúde da Família. A prioridade é vacinar os que estão se locomovendo, que vão circular mais. Mas, posteriormente, vai zerando o número de idosos em domicilio – explicou o secretário municipal de Saúde, Daniel Soranz.

Drive-thru
Além das unidades de Atenção Primária, também haverá vacinação no sistema drive-thru no dia 6 de fevereiro e nos sábados subsequentes, para atender aos idosos. Esses postos funcionarão das 8h às 12h, nas policlínicas Lincoln de Freitas Filho (Santa Cruz) e Guilherme Manoel da Silveira (Bangu), no CMS Belizário Penna (Campo Grande), no Sambódromo, na Cidade Universitária e no campus da UFRJ, em Botafogo, no Parque Madureira, no Estádio do Engenhão, e no Parque Olímpico. Também haverá drive-thru realizado pela Uerj, das 9h às 15h, com vacinas disponibilizadas pela SMS.

No caso de idosos acamados e, portanto, impossibilitados de ir a um posto de vacinação, um familiar deve se dirigir a sua unidade de Atenção Primária de referência para solicitar a vacinação em domicílio. A visita para a aplicação do imunizante será agendada pela equipe de saúde da família responsável pelo território.

Paralelamente, os grupos de profissionais da linha de frente continuam sendo vacinados em seus hospitais de lotação. E os profissionais de saúde com 60 anos ou mais, que atuam nas redes pública ou privada, também podem se vacinar nas unidades de Atenção Primária. Na próxima semana, é prevista a chegada de nova remessa de vacinas para o Município do Rio.

Fila por leitos Covid-19 zerada
Na última semana, a fila por leitos Covid-19 atingiu os menores patamares desde novembro passado, e zerou em pelo menos três dias, com nenhum paciente no aguardo de uma vaga por mais de 24 horas. Esse panorama foi resultado da concentração de esforços na abertura de leitos nas unidades SUS. Desde o início de janeiro, já foram abertos 200 leitos em unidades como o Hospital Municipal Ronaldo Gazolla, que pela primeira vez atingiu sua capacidade instalada de 380 leitos.

Atualmente, o município do Rio dispõe de 1.557 leitos cadastrados na rede SUS para o atendimento exclusivo de pacientes com síndrome respiratória aguda grave (SRAG), suspeitos ou confirmados de Covid-19, o que inclui hospitais municipais, estaduais, federais e universitários. Somente nas unidades da Secretaria Municipal de Saúde são 755 leitos. A taxa de ocupação nesta sexta-feira (29) é de 74% para enfermaria e 77% para UTI.

É importante destacar que muitos dos leitos que eram divulgados pela gestão anterior só existiam no papel. No Hospital de Campanha, por exemplo, dos 313 anunciados, havia apenas 70 operacionais e os demais não tinham condições de funcionamento por falta de profissionais e insumos. Já no Hospital Municipal Ronaldo Gazolla, dos 310 leitos informados, só existiam de fato 254, porque os outros sequer tinham camas quando a atual gestão assumiu.

Mais de 56 mil testes para detecção do coronavírus
Do início do ano até a última quarta-feira (27), a Secretaria Municipal de Saúde aplicou em suas unidades 56.395 testes em pacientes para diagnóstico da Covid-19. As unidades de saúde têm disponíveis os testes de antígeno, PCR e sorológico, que são realizados conforme indicação clínica de cada paciente. Em caso de resultado positivo, são feitas ações para monitoramento do caso e rastreamento de contato, para interromper a cadeia de transmissão do vírus.

Desde que foi lançado, na segunda semana de janeiro, o sistema de autonotificação pelo telefone ou pelo aplicativo Rio Covid-19 (nas plataformas iOS e Android) já recebeu 6.151 contatos de cidadãos para informar sintomas característicos da infecção pelo coronavírus. A partir da autonotificação, a pessoa recebe o retorno de sua equipe de saúde da família, que avalia o relato e os sintomas do paciente e, em havendo indicação clínica, agenda o teste em uma unidade de Atenção Primária.

Reunião do Comitê Especial de Enfrentamento da Covid-19
O Comitê Especial de Enfrentamento da Covid-19 (CEEC) se reuniu pela primeira vez no dia 25 de janeiro, para análise e discussão do Plano de Combate à Covid-19 no município e também do protocolo sanitário das unidades de ensino da cidade. Todas as medidas de proteção à vida que vêm sendo adotadas na cidade e também as propostas apresentadas pela Secretaria Municipal de Educação (SME) foram analisadas pelos especialistas dentro do contexto do panorama epidemiológico da cidade. O plano de volta às aulas foi divulgado pela SME na quarta-feira (27).

Os especialistas reafirmaram a adequação da abertura das áreas de lazer ao ar livre, com exceção das festas que produzem aglomerações, e a importância das ações que visam conscientizar a população a seguir as medidas de proteção à vida, tais como uso de máscara, de álcool 70% na higienização das mãos e de distanciamento social. Em relação aos bares e restaurantes, foi apontada a necessidade de uma contínua fiscalização para coibir as aglomerações, além de reforço no trabalho de informação e orientação para o setor.

Medidas restritivas, fiscalização e orientações à população
A Prefeitura do Rio intensificou as ações de fiscalização na cidade para garantir que as normas restritivas de proteção à vida sejam cumpridas. Ações integradas desde o dia 15 de janeiro entre a Secretaria Municipal de Ordem Pública (Seop), o Instituto de Vigilância Sanitária (Ivisa-Rio), a Guarda Municipal e a Defesa Civil já passaram por 36 bairros, contabilizando 263 inspeções em estabelecimentos, 115 infrações sanitárias e 21 interdições. Entre as interdições, oito foram em eventos clandestinos em casas de festas, que teriam um público total estimado de mais de 4,5 mil participantes, e uma em parque de diversão, em Bangu.

A Secretaria Municipal de Saúde também continua realizando ações de conscientização da população em áreas de lazer da cidade. Já foram realizadas ações na orla da Zona Sul (nos domingos 17 e 24), no Aterro do Flamengo (no feriado de São Sebastião) e no Parque Madureira (dia 24). No próximo domingo (31), a ação volta à orla da Zona Sul, nos postos 1, 3, 9 e 12.